domingo, 5 de fevereiro de 2017

wish upon a star

Só queria conseguir esquecer...
Se pelo menos o meu pensamento conseguisse ser indiferente como é o meu corpo..... e naqueles instantes, naqueles momentos todos os meus movimentos agem de forma contrária ao pensamento.
Queria ter coragem para ser melhor, mas limito-me a pedir perdão porque não consigo ser melhor.
Talvez um dia consiga, por agora é mais fácil fugir, ignorar, representar, não querer saber, já que não consigo esquecer.
Há estrada para andar e o caminho é para frente, e se não houver estrada há sempre trilhos e se não houver trilhos há a possibilidade de corta-mato, mas o caminho é sempre para a frente, disso eu não me quero esquecer.
Há e terá sempre que existir amor próprio, temos que ser as primeiras pessoas a gostar de nós, em conta peso e medida para não ficarmos demasiado centrados em nós.
O amor próprio tem que nos proteger do amor que já nos magoou, das situações que já nos fizeram chorar.
E depois há a família, às vezes não partilham da nossa felicidade, parece que não aprovam as nossas opções e isso deixa-nos tristes e às vezes eles vêem apenas muito mais à frente, conseguem sentir o perigo que a nossa cegueira não permite ver e depois quando a tempestade passa e olhamos para a destruição que deixou pensamos"afinal ela sempre soube, a intuição materna por vezes é cruelmente verdadeira, sentiu que aquele caminho talvez me fizesse infeliz e acertou". Agora continua, por vezes as mães percebem-nos melhor que nós próprios, mas eu vou sempre escolher o meu caminho, pois os pais, a família, os amigos, podem evitar e prevenir muitas quedas, mas devem deixar os filhos cair. Cair faz crescer.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Consulta de psicologia

Sinto-me desmotivada e inerte perante a vida, mas ao mesmo tempo feliz e grata pela vida que tenho. Tenho ainda dificuldade em mandar embora o passado, a memória é traiçoeira e em nada me ajuda; sinto-me triste e doem ainda muito todas as desilusões do passado... é como se ficasse presa e é difícil libertar-me, vou vivendo o presente por arrasto e tenho medo de decidir sobre o futuro. É isso tenho medo! Medo de falhar, medo de tomar a opção errada e me arrepender, medo do tempo que não pára e já não tenho idade para me arrepender. Escolhi viver à deriva do destino e escolher o que a vida me der.... mas não resultou, a vida abriu-me os vários caminhos, ainda com as portas fechadas, mas prontas para se abrir, ou talvez estejam abertas e só saberei se fizer a opção por esse caminho.
GRRRRRRRRRRRRR.... é tão difícil escolher, cada vez que penso que vou optar por um caminho, todos os detalhes do caminho que não escolhi começam logo a fazer-me vacilar, a sentir um misto de medo, saudade e arrependimento....
Quase que fico desesperada, apetece-me fugir e não ir a lado nenhum, ao mesmo tempo que me apetece escolher só para sair desta agonia de indecisão e deste caminho incerto e à deriva que também não me deixa feliz.

- Se optar pelo caminho 1 tem medo de quê?

Já me mentalizei que não há um caminho perfeito, todos implicam saudades, ausências, nunca vou estar satisfeita e apesar de sabê-lo é do que tenho medo.
Tenho medo da solidão e da saudade, passar a jantar sozinha, não ter ninguém para contar como foi o meu dia (fisicamente), ao mesmo tempo sinto falta disso muitas vezes.
Tenho medo do corpo, de me estar a estragar, da bomba que pode explodir a qualquer altura dentro de mim, medo de ficar limitada e medo da dor.
Dantes tinha medo de estagnar, de me esquecer dos meus sonhos, de ver os anos a passar e de me acomodar. Não o poderei fazer por muito tempo e tenho fixar objectivos nem que sejam apenas financeiros. Os sonhos de dantes já não são os de hoje perdi a motivação, ou os sonhos mudaram, há sonhos que deixam de ser sonhos, é normal, certo?

- (Risos) sim, é importante sonhar, ter ambições, metas onde queremos chegar, sentidos para motivar o caminho no dia-a-dia, mas podemos actualiza-los.

Tenho medo de se um dia quando quiser voltar para o caminho 2 as portas que estão agora abertas estarem fechadas, ou outras que eu na altura quiser, medo de ser tarde, de nunca mais dar para voltar e me arrepender.
Tenho medo estar por de lado uma boa oportunidade que não me desagrada de todo, pelo contrário e que pode voltar a não aparecer.
Tenho medo das memórias que vou ter, pois da última vez tudo foi diferente, tudo tinha uma magia especial que agora arde numa ferida difícil de sarar, medo que essas memórias me façam mal, me deixem deprimida. É quase como voltar aos locais onde fui com ele, ou a alguma música que se ouviu...
Optar por este caminho representa a frustração e o arrependimento da opção anterior que fiz quando o deixei, dos sonhos que não se realizaram, do amor e da amizade que foi uma ilusão e uma desilusão.
Tenho medo de tudo o que vou perder, os momentos, os risos, o carinho, os abraços, as brincadeiras, as voltas de bicicleta, os cães, as lambretas baratas no verão, o sol, o campo, a proximidade distante do mar, etc, etc

- As portas abrem-se e fecham-se, por vezes fecha-se uma porta, abre-se uma janela. Tens pensar onde te sentes mais feliz, onde vais estar mais satisfeita, ou se há algum caminho onde a saudade seja mais suportável. Tens qualidades, experiência, as oportunidades de hoje não são as de amanhã, podem ser melhores ou piores, não se sabe, o que tens de saber é o que queres e lutar por isso, descobrir como lá chegar. Lembra-te do coaching para o exercício de que falaste: onde estás? onde queres chegar? o que tens de fazer para ir de onde estás até onde queres ir? Preocupas-te excessivamente com o futuro, tens medo do peso do passado, porque ficas demasiado presa ao passado e às memórias, pelo meio esqueces-te do presente!!!
No caminho 2 o que te assusta?

A saudade da alegria plena e descontraída do trabalho, a satisfação, o acordar alegre e motivada para o trabalho; a ausência de stress, de números para apresentar e cumprir, de objectivos para alcançar e o medo e frustração de não conseguir. Talvez devesse pensar em arranjar empregos sem números, mas eu também gosto desse desafio.
A tristeza e pena de não viver tudo aquilo que vejo diariamente nas redes sociais.
A falta de tempo livre para fazer muitas coisas que gosto, uma vida mais escrava do trabalho, não tão mau como os 12 anos de trabalho em gestão, mas é uma vida mais apressada e a correr.
O sentir-me sufocada e chamada pelo passado bem, pelas memórias felizes e fantásticas, sobretudo nos dias de mais stress e frustração.
Sei lá... tudo a minha cabeça está uma confusão.

- Já optaste por percorrer o caminho 1, para ver se a porta está aberta, mas não estás segura dessa escolha e estás ainda a olhar para a porta semi-aberta à tua frente do caminho 2, não queres bater para se abrir mais, porque já optaste pelo caminho 1, mas sentes medo da tentação que ela representa se ela se abrir mais, mesmo sem bateres, é isso?

Sim, porque estou num caminho incerto, posso chegar mais à frente e a porta afinal está fechada, mas o que também pode ser bom e levar-me a tentar entrar pelo portão, ou posso não entrar de forma nenhuma e depois nem o 1 nem o 2.

- Não penses tanto no futuro, pensa no presente qual a hipótese que te faz mais feliz e caminha para ela segura, visualiza o que queres e não o que tens medo. Lembra-te as portas abrem-se e fecham-se, quem sabe uma porta melhor ainda não se abrirá no caminho 2. Não tornes o futuro demasiado pesado, vive o presente e desprende-te do passado. Já percorrestes ambos os caminhos e fostes feliz e triste nos 2, já passou. Sonha mais e não recordes tanto, pode ser? Mas sonha sem medo, nos sonhos não temos medos, os medos vêm dos obstáculos, dos caminhos para tornar os sonhos realidade, mas são para viver e ultrapassar quando isso for presente e não futuro.
Mais segurança e tranquilidade a felicidade não foge.