sábado, 25 de agosto de 2018

O sonho comanda a vida

Hoje é um dia triste...deitei-me e acordei com uma sensação de vazio que já não sentia há muito tempo, mas ao mesmo tempo tranquila, calma e serena como também já não experimentava há muito tempo.
Hoje era um dia para ser muito feliz, era um dia para dormir pouco e estar nervosa, concretizar um sonho, sentir-me feliz e realizada, trabalhar a correr, e amanhã descansar feliz.
Mas hoje foi um dia de dormir muito, não trabalhar, não concretizar sonhos, não ter vontade de fazer nada, deixar-me vencer pela preguiça, pela tristeza, pelo cansaço, pela esperança de que este descanso vai ajudar o meu pulso a ver-se livre desta tendinite.
Deitei-me e acordei cansada, abatida, moída, não sei se foi da acumpultura ou do vinho daquele bar tão simpático na rua do sofrimento em Paris.
É bom ter amigos que nos escutam, que nos fazem companhia, que nos distraem das tristezas e desatinos do dia-a-dia.
Era para ser uma semana fantástica e foi a pior semana do ano! De facto, quando algo de mau acontece, há uma espiral e tudo começa a correr mal, senti todas as forças negativas a puxarem-me lá para baixo; senti as lágrimas bem detrás dos olhos prontas para sair; senti o sorriso a ir-se embora mesmo quando eu lhe peço para ficar e, como sempre, sinto a mão de Deus que me guia neste mar agitado e não me deixa afundar.
Mas mesmo assim, por vezes, preciso de fugir. Fugir para lá onde tudo pode acontecer, onde não há barreiras, nem limites, onde tudo pode ser à minha vontade: o mundo dos sonhos, daqueles que sonhamos acordados, daqueles que fariam todo o sentido....
Naquele mundo onde tu fazias parte e mesmo não te conhecendo bem consigo acreditar e sonhar que só mais felicidade poderia vir se as nossas vidas se cruzassem.
Convidavas-me para jantar ou para beber um copo pela soirée na tua cidade, que agora também é minha. Conversávamos como se o tempo não tivesse fim, deliciavamo-nos com as descobertas um do outro e com um bom vinho claro, eu ia ter resposta a todas as minhas curiosidades e tu, tu poderias saber o que quisesses, toda eu seria um livro aberto para ti, com muitas páginas escritas, mas muitas outras em branco à espera da tua caneta de penas.
Depois um pequeno passeio à beira do rio, sim uma das minhas zonas preferidas:o rio, ou algures em Monmartre entre os bares cheios de história, contemplávamos os dois a cidade que tanto amamos.
E aí sim com receios, mas sem nada temer juntavamo-nos num beijo que ia acender uma chama, para nunca mais se apagar. Estava escrito  nos astros, estava nos planos de Deus, não havia volta a dar, mas havia muitas voltas para dar....
Mas nem sequer sei se gosto de ti, não te conheço, és algo distante, imaginado mas real, desejado, mas temido, se te voltar a ver acho que vou corar da cabeça aos pés, o meu coração vai disparar a mil à hora e eu vou desejar não estar onde quer que eu esteja, como da última vez mas depois suspirei de alívio porque era só a tua família, tu nem sequer lá estavas. Nem sei porque reajo assim se eu não te conheço, nem sei se gosto de ti, acho que foi mais uma ideia que criei, para poder fugir em dias como hoje. Mas o que me disseste da última vez que te vi é o que eu desejo no fundo do meu coração que aconteça:
"Até breve, eu espero! :)"
Eu também :)

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

"Quelle idée"!

Deitada na marquesa na sala de kinesioterapia a levar tortura no pulso lesionado, tento disfarçar a minha cara de sofrimento e o desgosto de coração partido por estar a mentalizar-me lentamente que não vou poder ir à prova para a semana...quelle horreur!
"Quelle idée" diz-me o terapeuta com um cara cómica no fim de me ter torturado! "Quelle idée" penso eu, ter menosprezado isto que já me atormenta hà 2 meses e agora estou a desesperar a ver que não vou poder participar na prova que eu mais queria.
Há um ano que sonho com este triatlo, foi a prova que vi e que despertou o clique em mim para começar a treinar, pensei "para o ano vou fazer isto" e agora depois de tanta preparação, depois de estar inscrita há meses, provavelmente terei que pensar: "para o ano vou fazer isto"!!!
Apetece-me ser inconsciente e fazer a prova mesmo que ele me desaconselhe; e depois logo se vê, vai ser difícil ser responsável e pensar é melhor não ir agora e curar-me, do que estar a estragar tudo....até me custa pensar, vai ser tão difícil esse dia para mim...vou ficar em depressão.
Felizmente já fiz uma prova,porque a estreia era para ser só agora, esta era a grande prova, mas já da última vez fui irresponsável pois já estava lesionada!  Quem corre por desporto não cansa (mas lesiona) e até correu muito bem, mas depois tudo piorou, embora não tenha sido da prova (penso eu).
Porque é que eu gosto tanto de desporto e dou tanta importância a isto? Porque é que eu andei tanto de biciclete que fui lixar o pulso todo?
"quelle idée"!!!!!