domingo, 29 de agosto de 2010

a coragem

muitas vezes falta-me a coragem....
para avançar, para retroceder, para parar, para continuar, para falar, para agir, para reconhecer, para ver, para partir ou para chegar, mas essencialmente para fazer ou dizer o que penso, da forma menos confortável!
uma timidez terrível que me persegue, desde muito nova quando na escola não respondia as perguntas dos professores, apesar de saber a resposta e ter, na maioria das vezes, a certeza que estava certa, por medo, medo não sei do quê, de olharem p mim talvez... e debatia-me muitas vezes com a vontade de falar que era aniquilada por outras forças que ainda hoje me bloqueiam e apesar dos anos não as consigo combater!
Nem o facto de pensarmos no tempo que corre sem parar, me faz ganhar coragem, sempre foi assim por mais que tente não consigo lutar contra isto, ainda por cima hoje já não tenho a certeza que as "respostas" sejam as correctas ou as mais adequadas, o que faz com que tudo fique fechado cá dentro e as ondas não rebentem!
Pela escrita tudo é mais fácil, o receptor não está directamente à nossa frente, poderá até nem ler a mensagem...
"Perante a incapacidade de marcar uns números, optei por juntar algumas palavras", usei esta frase para justificar a falta de coragem, que em tempos tive, para ligar a uma pessoa, apesar de querer muito fazê-lo na altura.
Era suposto ter crescido um bocadinho, mas continua tudo tão igual ou pior!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

a tristeza de um desencontro...

Só mesmo o som do piano para me acalmar hoje...Debussy...
As divergências de opinião levam por vezes a discussões desagradáveis, que poderiam ser desnecessárias, rebenta tudo por dentro e perdemos o controle...
Detesto que isto me aconteça, não me sinto bem, a cabeça dá voltas sem parar e o joão pestana que hoje era tão bem vindo teima em não querer nada comigo :(
Um abraço agora tb sabia muito bem, nestes momentos em que só apatece chorar, uma tristeza enorme nos invade, o ambiente fica pesado, detesto, fui feita para andar sempre a rir, antigamente até me diziam para parar de sorrir, o "maninho"chamava-me sorriso de orelha a orelha... já há muito tempo que não me dizem para parar de sorrir!?(uma chefe há uns anos costumava dizer "esta miúda está-se sempre a rir!")
Será que aparento um ar mais triste? Fui-me deixando vencer pelas coisas menos boas e perdendo o sorriso?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ausência...

"O som do seu nome soltou tudo aquilo que destroçava o meu interior, uma dor que me deixava sem fôlego e cuja violência me surpreendia.(...)um profundo sofrimento dilacerou-me perante a recordação do seu rosto.
Senti o soalho liso debaixo dos joelhos; depois sob as palmas das mãos; e, por fim, senti-o encostado à pele do rosto. Esperava desmaiar, mas, para minha desilusão, não perdi os sentidos. As ondas de dor que, anteriormente, me tinham apenas tocado ao de leve elevavam-se agora bem alto, precipitando-se sobre a minha cabeça e empurrando-me para o fundo. Não voltei à tona.(...)
O tempo passa. Mesmo quando tal parece impossível. Mesmo quando cada tiquetaque do ponteiro dos segundos dói como o palpitar do sangue sob a ferida. Passa de forma irregular, com estranhos avanços e pausas que se arrastam. Mas lá passar, passa. Até para mim.(...)
Os últimos sete meses nada significavam. E as suas palavras na floresta nada significavam. E não importava que ele não me quisesse. Jamais desejaria outro que não ele, por mais tempo que vivesse(...)
Nos seus braços era fácil fantasiar que ele me desejava, não queria pensar nas motivações, sentia-me muito mais feliz a fingir.
Era como se nunca tivesse existido um buraco no meu peito. Sentia-me óptima, não curada, mas como se nunca tivesse existido qualquer ferida...
Parecia extremamente satisfeito por me ter nos braços, com os dedos a percorrerem-me o rosto, vezes sem conta. Eu também tocava no seu. Não conseguia evitá-lo, embora receasse que isso viesse, depois, a fazer-me sofrer, mal ficasse novamente sozinha. Continuou a beijar-me no cabelo, na testa, nos pulsos... mas nunca nos lábios... e era melhor assim. Afinal de quantas maneiras pode um coração ser mutilado e esperar-se que continue a bater?
Sentia o fantasma do buraco, esperando que se abrisse mal ele fosse embora. Não sabia como iria sobreviver desta vez(...)
Depois a sua boca uniu-se à minha e não consegui resitir-lhe. Não por ser milhares de vezes mais forte, mas porque a minha força se desfez em pó assim que os nossos lábios se tocaram. Este beijo não foi tão cauteloso, tornando-se maravilhoso. Já que em causaria sofrimento, mais valia obter o máximo em troca...
Correspondi ao beijo, com o coração a bater ruidosamente, a um ritmo irregular e desconexo, enquanto a minha respiração se tornava ofegante e os meus dedos se precipitaram avidamente para o seu rosto. Sentia o seu corpo em contacto com cada contorno do meu, satisfeita por não ter dado ouvidos a mim mesma. Não havia qualquer dor no mundo que justificasse perder aquilo..."

in Lua Nova de Stephanie Meyer

O sentimento...

"Não posso continuar a ouvir em silêncio. Tenho de falar consigo pelos meios que estão ao meu alcance. Trespassa-me a alma. Metade de mim é angústia, outra metade é esperança. Não me diga que é demasiado tarde, que sentimentos tão preciosos morreram para sempre. Ofereço-me de novo a si com um coração que ainda é mais seu do que antes, quando quase o despedaçou há oito anos e meio. Não ouse dizer que o homem esquece mais depressa, que o amor dele morre mais cedo. Eu não amei mais ninguém além de si. Posso ter sido injusto, fui fraco e despeitado, mas inconstante, nunca. Só por si penso e planeio. Não viu isso? É possível que não tenha compreendido os meus desejos? Eu não teria esperado nem mesmo estes dez dias se pudesse ter lido os seus sentimentos, como penso que deve ter lido os meus. Mal consigo escrever. Ouço a cada instante qualquer coisa que me subjuga. Você baixa a voz, mas eu consigo ouvir os seus tons(...)Oh, criatura demasiado boa, demasiado excelente! Faz-nos realmente justiça. Acredita que existe verdadeiro afecto e constância entre os homens. Acredite que eles são o mais fervorosos e firmes que é possível no F. W.
Tenho de ir, incerto quanto ao meu destino. Uma palavra, um olhar, bastará para decidir se entro esta noite em casa de seu pai, ou nunca."

in Persuasão de Jane Austen

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

o sucesso e a falta dele...

Desde pequenina me habituei ao sucesso escolar, era a melhor da turma, tinha quase sempre as melhores notas, era um dado adquirido.
Também me senti enganada pois foram muitos anos a lutar por manter notas bem altas, sempre a sonhar com a entrada na faculdade e com o sucesso profissional futuro, para o qual as notas n servem rigorosamente para nada!
Entrar na faculdade deu geito, mas n eram precisas notas tão altas. Contudo não deixei de viver a vida para estudar, creio que era mesmo inteligente, pois o esforço não era nada de extraordinário para chegar ao sucesso.
Era boa a sensação de ser a melhor da turma, das respostas dos meus testes serem sempre lidas as correcções... em praticamente todas as disciplinas, mas sem darmos conta habituamo-nos a este sucesso que só nos cria ego e faz com que seja mais difícil no futuro enfrentar a falta de sucesso profissional na vida adulta.
O pouco stress antes da entrega das notas nada se compara quando as coisas não correm bem, agora o stress é bem maior tem outras implicações...
A obrigação de ser cada vez melhor faz parte, é a evolução natural que é comum a todos os empregos, mas quando não consigo evoluir e estou longe de entrar no ranking dos normais muito menos dos melhores, deixo-me tomar pelo desespero e desespero mesmo e tudo à minha volta, nas outras áreas desespera também....
Depois com alguma ajuda interna e externa lá vou conseguindo recuperar e encarar a falta de sucesso como processo normal na aprendizagem, é mesmo falta de hábito e de, por vezes, esquecer-me que já não estou na escola, ser a melhor já não é um dado adquirido, nem se consegue sem trabalho, nem treino.
Hoje tomei essa consciência, de forma mais séria, e começou tudo a correr melhor...

sábado, 14 de agosto de 2010

Uma criança...

Desde pequeninos que somos incentivados a sonhar, a ganhar esperança e o mundo é-nos pintado cor-de -rosa. Quando começamos a descobrir que não é bem assim, ok, não tem mal já alguém nos tinha prevenido que nem sempre tudo corre bem, vamos procurar as nossas forças escondidas e conseguimos ser os grandes heróis das histórias que ouviamos quando eramos mais pequeninos...
Umas vezes mais facilmente que outras, outras mais demoradas mas lá conseguimos avançar e continuar novamente a sonhar...
Mas as fadas boas nem sempre são suficientes para vencer as poderosas fadas malvadas que nos roubam os sonhos, escondem a esperança e lançam feitiços maléficos para nos levarem os sorrisos.
Hoje pintei o mundo cor-de-rosa a uma criança, é impossível não o fazer, quando elas se riem para nós, queremos fazê-las acreditar que este mundo é fantástico, há muitas coisas boas à nossa espera, que o amor e a amizade que criamos ajuda-nos a sermos grandes heróis quando é preciso e a partilhar tudo o que é bom ainda com mais alegria...
Mas essa criança também pinta o meu mundo cor-de-rosa, resgata-me o sorriso quando está escondido, faz-me descobrir a energia que pensava não ter por estar muito cansada, a simplicidade, genuidade com que me chama, dá um abraço ou até mesmo um "five" fazem renascer em mim uma energia positiva muito saudável...
...Ou não nascessem as fadas do sorriso de uma criança!...

domingo, 1 de agosto de 2010

Fugir...

Fugir do vazio, do medo, da dor, do desconhecido, da incerteza, queria tanto começar a correr e nunca mais parar, fugir para bem longe, sentir a liberdade do vento nos cabelos agora bem mais curtinhos, a respiração mais intensa e no fim a sensação de ter conseguido escapar!
Mas nunca gostei de correr, no meio de tanto desporto que gosto de fazer, correr nunca foi o meu forte, pelo que fugir torna-se muito difícil.
Às vezes ainda se conseguem fugas temporárias, mas mais cedo ou mais tarde tudo tem que ser enfrentado e encarado como realidade.
Fugir é complicado...

Cosmic love

A falling star fell from your heart and landed in my eyes
I sreamed aloud, as it tore through them, and now it´s left me blind

The stars, the moon, they have all been blown out
You left me in the dark, no down, no day, i m always in this twilight
In the dhadow of your heart

And in the dark, i can hear your heartbeat
I tried to find the sound
But then it stopped, and i was in the darkness
so darkness i became

I took the stars from our eyes, and then i made a map
And knew that somehow i could find my way back
than i heard your haert beating, you were in the darkness too
So i stayed in the darkness with you

The stars, the moon, they have all been blown out
You left me in the dark, no down, no day, i m always in this twilight
In the dhadow of your heart