sábado, 11 de dezembro de 2010

É Natal

É todos os dias, mas é sempre uma alegria quando vivemos esta chegada do Salvador.
É um renascer dentro de nós, da nossa fé, do nosso sentido do caminho e este ano senti bem o sentido do caminho de felicidade que Ele nos desafia a fazer.
Estava-me a desviar mas consegui e sinto uma Paz dentro de mim e uma alegria, toda eu sou sorrisos e alegrias...um grande sorriso de Amelie (como costumo dizer).
Obrigado, obrigado, obrigado, mil vezes obrigado...
entreguei o meu corpo cansado e sem força e mais uma vez senti que pegaste em mim ao colo... e regressei ao caminho e quero continuar para chegar sempre mais e mais a essa felicidade.
Só Tu permitiste que eu caisse novamente na cascata sem me afogar, só Tu me ensinas e das forças para nadar contra a corrente... e talvez tudo sirva sempre para aprender, para deixar de ter medo e ver que sou capaz, pois Tu estás comigo.
Este momento que acabei de ter foi muito positivo, oxalá eu consiga transmitir alguma coisa, oxalá eu deixe passar os vestígios da Tua presença.
"Fez em mim maravilhas..."

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O caminho

É para a frente sempre.
Tudo o que encontramos tem um objectivo, cada vez me convenço mais, que Ele nos coloca coisas e pessoas no caminho, tudo tem uma finalidade.
Esta semana cruzei-me com alguém, que me "bateu à porta", que me transmitiu energias tão positivas, me deu dicas preciosas, coisas que já sabia, mas que vão ficando adormecidas e sabe bem ver a energia com que outras pessoas acreditam nelas.
Estava a precisar desta porta, ainda n tinha começado à procura e ela apareceu... e este cruzar tão pequeno e insignificante vai certamente dar frutos maduros e bons, que começaram a germinar logo naquele instante.
É bom resentir esta força e energia dos 16 anos e ao rever as fotos antigas e partilhar comentários sore as mesmas sabe-me bem.
É como me disse um amigo: olhar para trás como aprendizagem!
Mas as energias negativas também andam por ai, o telefone tocou e quase que as podia sentir do lado de lá...n quero, não é por ai o caminho a seguir.
Estou a começar a renascer e sinto-me tão bem!
Dormir também é preciso e vou gozar desta paz de espírito na minha caminha.
Só queria agora transmitir estas energias ao meu irmão, está tão em baixo, ele precisa de aprender com os obstáculos do seu próprio caminho, mas uma força exterior sabe sempre bem...resta descobrir como poderei passá-la!
Talvez na caminha me inspire....

domingo, 14 de novembro de 2010

Os amigos...

São o melhor que há!
Alguns longe, outros que se afastaram, outros que não convivemos tantas vezes como gostaríamos.
No desenrolar da semana, na azáfama do di-a-dia, muitas vezes esquecemo-nos, e às vezes estou tão mal e n tenho a coragem de gritar, de pedir ajuda.
No outro dia quando soou o toque da mensagem, parecia vinda do céu e é nestas alturas que sinto que pegas em mim ao colo.
Aquela saida resgatou-me, ajudaste-me sem perceber e sem que eu diga nada sabias que n estava bem.
Hoje ao recordar um filme e ouvir estas músicas lindas do Yann Tiersen viajo até à casa das bonecas, até àqueles tempos rodeados de amigos todos os dias...era tão bom sinto tantas, tantas saudades.
Agora o telefone tocou novamente, sabe bem ser compreendida, ouvida, sabe bem ouvir o seja o que for sem ter de falar nada.
Outros amigos há que se afastam, infelizmente, tento reaproximações, mas n pegam. O que terei feito de errado? Sempre tentei ser o mais justa, n enganar, ser sincera, ser apenas eu, não pedi para ninguém se apaixonar por mim, não dei falsas esperanças a ninguém...n percebo. Acho que o que quer que tenha feito de errado estou agora a ser castigada!
Podia dizer que a amizade e o amor depois de misturados, são como a água e o azeite, já nenhum serve. Mas sei que não é verdade, precisam apenas de um tempo para recuperar formas e caracteristicas.
Estou ansiosa pelo café desta semana, para ver se é mesmo verdade, para descobrir se a amizade consegue mesmo ficar, quando o amor já foi.

Aquela sensação...

Que já percebi nunca vai desaparecer, mudam os motivos que a despertam, mas quando menos espero ela volta, para me atar, me prender, me cegar, me impedir de andar e seguir o caminho!
Porquê tantas vezes?
É certo que aprendo e cresço sempre mais com cada uma delas, mas conseguirei algum dia encontrar o oceano?...
E as tentações porque têm de aparecer e fazer-me pensar tudo aquilo que n quero, fazer-me ser tudo aquilo que n quero ser.
E agora fugir para onde?
Não pára eu sei e há-de ir onde Ele me quiser levar, mas esta espera torna-se tão aguniante, sei que não vejo os sinais, há muita poeira a tapar-me os olhos.
Já aprendi a nadar, já sei furar as ondas, boiar nas marés, contrariar a corrente, enfrentar a força e o quebrar das ondas, e agora não será suficiente ainda?
Por muito que treine, mais uma onda e já não terei forças, já foram muito pirolitos, os musculos cansados....acabarei por morrer afogada!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Saudade...

Nos últimos dias tenho tido muitas saudades...de tudo e de nada ao mesmo tempo.
Um dia, em Belém fui entrevistada para uma tv italiana, perguntavam "O que é a saudade?". N me recordo bem da resposta que dei na altura, mas hoje diria que é um sentimento estranho e forte que se apodera de nós, nos prende ao passado efaz-nos sonhar com o futuro.
Qualquer coisa que já esteve perto e está longe, poderá nunca mais voltar a estar perto, o que faz a saudade aumentar ainda mais, querer, a todo o custo, regressar àquele "futuro onírico, só que a nau da fantasia naufraga" e faz-nos guardar esses momentos, essas recordações bem guardadas até que um dia quase ficam esquecidas...
Mas há sempre uma ligação, um fio que fica e que qualquer coisa como um cheiro, uma música, um lugar, uma frase podem puxar e volta aquele momento, e volta a saudade, mesmo quando se pensava já n existir.
Posso tentar ignorá-la, na agitação do dia-a-dia, mas ela está sempre lá, sem que me aperceba e volta de noite nos sonhos, vão buscá-la e projectam-na.
Várias vezes ouço aquela música e passa-me ao lado, ontem, n sei porquê, transportou-me áquele momento mágico no tempo, em que se vive um autêntico sonho, em que nos beliscamos para ter a certeza que estamos acordados...
...Não só a tua falta, mas sobretudo a calma daquele abraço bem prolongado, naquela noite fria sob as luzes da cidade, e oolhar do rio, foi o que me fez sentir mais saudade. A capacidade de acreditar no sonho, a ingenuidade que me deixou envolver, a liberdade e a paz daquele momento que adorava repetir agora, para poder descansar a sério, recuperar energia e força que n consigo encontrar...mas não necessariamente contigo.
Vontade de recuar esses anos todos e poder fazer tudo outravês.
Será que desta vez iamos conseguir? Talvez eu conseguisse ter uma personalidade mais forte, estar atenta aos sinais, n me centrar tanto em mim...hummm, mas mesmo assim dúvido!
Nunca percebi, o que n gostavas em mim, o que te fazia ir para outras paragens, quando quase me colocavas num altar, o porquê de agires sempre ao contrário do que dizias sentir, o porquê de te convenceres que eu era demais para ti, de fazeres tudo para que eu acreditasse nisso e me fosse embora, para que a minha luta fosse inutil.
Fico triste ao sentir saudade, fico triste porque n foi so a mim que abandonaste, foram os amigos, foi tudo sempre a perder, nem quero imaginar como estará esse cérebro, apesar de te sentires bem e melhor com a psicóloga, sei que a tempestade continua.
Fomos todos sair na semana passada e tu nunca estás presente essas novelas e confusões fizeram-te mal e afastaram-te, tornaram-te uma pessoa pior. Inevitavel n ficar triste, com o fim dessa história, quase toda a gente tem um motivo contra ti, ou simplesmente ignoram, no outro dia disseram-me "és a que tem maiores motivos contra ele e no entanto a unica que mantem contacto"....
...apesar da mágoa, queri muito ver-te feliz e teres uma vida normal, mas n vejo, sinto que a minha luta foi em vão...
Nunca é tarde, há sempre esperança!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Calma do cemitério

Ontem à noite fui ao cemitério.
É aquele dia em que as campas são todas iluminadas, por ser o feriado do dia de todos os santos. Desde pequena que gostava deste feriado por esse ritual de ir ao cemitério à noite e pelo ar misterioso que lá se encontra, dá um ar diferente e mais real aos restos mortais que lá estão, ou às suas almas.
Há uns 10 anos ou mais que n tinha a possibilidade de fazer esta visita, soube tão bem ontem.
Encontrei agora lá uma paz enorme, que so me apetecia ter sentado em qualquer sitio e ficar lá mais tempo, um ambiente tão tranquilo e pacífico, parecia que ao mesmo tempo, cheio de vida.
Recordei os meus avós, até depois de mortos a riqueza e a pobreza continuam, uns têm direito a campa de pedra toda bonita e com fotos e dedicatórias, os outros jazem na simplicidade da areia.
Constatei que o meu avô faleceu a 19 de setembro, um dia que foi trágico para mim anos mais tarde, por outros motivos e a morte dele foi a que mais me custou...curioso ter sido a 19/09!
Conheci o irmão da minha avó, que faleceu no dia antes da minha mãe descobrir que estava grávida de mim e passei perto de outras pessoas conhecidas.
Acabei a pensar onde gostaria eu de ficar, se campa bonita, se na mais simples...n cheguei a nenhuma conclusão...
Aquele ambiente é realmente muito calmo, se n for lá parar antes (espero bem que não), ainda tenho de esperar um ano para voltar a senti-lo!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Para ti

Somos tão parecidos!
Olho para ti e nunca vou descobrir o que vai lá dentro, assim como sei que olhas para mim e sentes o mesmo.
Tenho vontade de perguntar, de descobrir tanta coisa, partilhar outras, mas sei que nunca vou ter coragem e tu talvez também não...vamos guardar as incertezas das suposições, que fazemos um do outro.
Dá-me muitas vezes vontade de te abraçar, de me refugiar no teu colo como se fosse uma criança, mas mesmo nessa altura não guardo recordações de o fazer, já ai começava a ser parecida contigo!
Depois do que me aconteceu nos últimos 2 anos, percebo-te ainda melhor, o teu sofrimento, o porquê de te manteres calado, é a tua forma de fuga, eu ainda n encontrei a minha, espero conseguir em breve.
Antigamente queria muito fugir, via na ida para a faculdade a minha porta e estudava com garra, sempre com esse desejo de fuga. Fugi de ti, das noites horríveis que n dormia e ouvia as palavras crueis que te eram dirigidas, a angústia e o desespero de quem as proferia, só eu dos 3 ouvi isso, só eu chorei tantas noites, parecia que só eu percebia, mais ninguém se importava... e eu achava que era mais desprezava, porqe eles não só n percebiam como agiam como se nada fosse e tu agias assim com eles, isso revoltava-me tanto.
Talvez por isso anos após a minha fuga bem sucedida, atirei as pedras que atirei, nunca me lembrando que tinha telhados de vidro, que elas vinham cá todas direitinhas....
Foi um mal necessário para perceber, que era o teu amor que te fazia agir assim com eles, nem imagino a tua tristeza e o teu desespero, por vezes, a força que terá sido necessária para suportares tudo. Também sei que a tua fé é o teu refúgio, espero um dia ser como tu e orientar por ela mesmo toda a minha vida, se tu és feliz assim eu também hei-de ser, também quero essa felicidade!
Agora td voltou em moldes um pouco diferentes, quero mto fugir, n vou suportar isto mto mais, um dia quando partires, nem quero imaginar, as tempestades que surgirão...tu apaziguas tudo com a tua calma, com o teu silêncio, eu n sei se serei capaz.
No outro dia, sei que cada palavra te atingia como um raio, a mim atingia, quanto mais n fosse por ti, mas como permaneceste calado e, percebi eu, com um ar triste, tb n consegui dizer nada, a minha vontade era ter fugido naquele instante, mas refugiei-me no sorriso do bebe que estava a entreter.
Eles n percebem, nunca irão perceber talvez, sinceramente espero que não, n quero que passem pelo que passei, apenas conhecem a ponta do iceberg e assim continuará a ser.
Gostava agr de encontrar a minha porta, pois n sei o que me vai fazer escapar desta vez, cada vez o sufoco é maior, é como uma bola de neve que vai crescendo e queria muito fazê-la parar mas não sei como.
Espero que continues ai, a tua presença por mais silenciosa que seja, tranquiliza-me!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Afinal há sonhos que se realizam....

E realizam-se quase sem nos apercebermos.
No sábado quando conduzia a caminho de casa, apercebi-me da riqueza que tinha, da liberdade de ter os fins de semana livres, sem trabalhar, despreocupada, sem as correntes que me deixavam ir onde quisesse, mas que estavam sempre lá prontas a cortar a liberdade a qualquer momento.
Agradeci e desfrutei dessa liberdade, antigamente o sábado era sempre stressante e depressivo, pois era dia de partida, e era sempre uma azáfama e um esforço para me dividir.
Durante anos sonhei em poder voltar a desfrutar do sol de sábado que é especial, da calma, do prazer de fazer coisas que gosto... e enquanto conduzia a saboreava o prazer de chegar em vez de partir apercebi-me que foram 11 anos a sonhar!!!!
Recordei-me da saudade que sentia, quando no tempo da faculdade, por trabalhar aos fins de semana, tinha de ficar retida e presa em Lisboa, sentia-me muito sozinha e detestava; via todos a fazerem coisas agradáveis ao fim de semana e eu a trabalhar, nem para namorar dava, o fim de semana era muito triste. Sonhava na altura em acabar o curso, encontrar um emprego a sério e poder voltar a ter fins de semana.
Isso não aconteceu, mas ao princípio era bom, o carro dava mais alguma liberdade e permitia encurtar a distância entre o cá e o lá.
Mas por ter tantas coisas que gosto de fazer ao fim de semana, custava-me tanto!!!! E foi sendo cada vez mais difícil de suportar, ao olhar para trás nem acredito que aguentei tanto tempo.
Houve alturas em que deixei de sonhar e acreditar, todas as perpectivas me diziam que aquele sol de sábado com sabor a liberdade nunca mais voltava....
...mas voltou!
Não está garantido, pode fugir a qualquer altura, sabe ainda a tão pouco, mas está cá!
Ao fim de 11 anos um sonho tornou-se real....afinal vale a pena sonhar :)

sábado, 23 de outubro de 2010

Vivemos para quê

Gostava tanto de acreditar na resposta que quero dar a esta pergunta, mas cada vez mais me assuto com a minha vontade de desistir, de me deixar andar com o vento, à deriva, sem projectos, sem sentidos, sem ter uma meta para alcançar, simplesmente porque ela desapareceu e não consigo encontrá-la de volta!
Até a resposta que queria acabei de a perder...
Sinto vontade de me agarrar e continuar, mas também sinto que não estou bem lá, talvez seja do cansaço que tem sido muito nos ultimos dias e a tristeza de não conseguir.
Pensamos ou queremos pensar que vivemos para sermos felizes e é verdade. Mas a felicidade nem sempre está onde pensamos, o desafio é ser feliz, mesmo quando tudo corre mal, quando nos esforçamos e mesmo assim n conseguimos; quando amamos e n somos amados, quando damos e somos traídos, quando sonhamos e n alcançamos; quando desesperamos; quando choramos; quando perdemos e n ganhamos; quando acreditamos e n realizamos, porque em tudo aquilo que é contrário a isto já é fácil ser feliz.
Um dos adolescentes com quem me reuno semanalmente (o que é um verdadeiro desafio este ano e me tem dado força extra) respondeu-me há dias "Vivemos para quê"? e disse-me que n tinha nada que o alegrasse.....medo, medo, muito medo! Nem sei se consegui disfarçar a minha reacção quando li esta frase.
Já me debato comigo própria, fico triste quando vejo estas inquitações num adolescente de 13 anos, têm a vida pela frente, o pior ainda está para vir, recordo-me que é uma fase complicada, mas daí a sentir esta inércia pela vida....
Dessa idade tudo me corria mal, como agora, tive problemas diversos que me fizeram chorar muitas noites por baixo dos lençois, mas tinha uma esperança do tamanho do mundo, que me fazia sorrir genuinamente, acreditar e sonhar com convicção e aproveitar o lado positivo em tudo, que conseguia encontrar.
Saudades dessa menina tão forte, tão convencida do que queria, tão alegre e que conseguiu dar a volta por cima de tudo.
Sem dar conta tudo o que realizei, desrealizei, aquela quebra na minha vida revelou-se num verdadeiro naufrágio, por vezes pensei ter conseguido sobreviver, mas as ondas continuam muito fortes e estou constantemente a ir ao fundo.
N quero desistir, quero reencontrar-me, descobrir onde no tempo enterrei essa alegria que me movia e contagiava outras pessoas.
Vou acredirar no "desafio de viver", tema da catequese que dou este ano, eles n sabem, mas quem mais quer aprender sou eu, renascer, talvez na tentativa de descobrir neles essa alegria dos 14 anos, reaprender como se faz.
Oxalá eu lhes consiga transmitir tudo aquilo em que quero acreditar e caminhar, que vivemos para sermos felizes, para amar sem desmedida, para fazer outros felizes, que Ele é quem nos abraça e segura ao colo, mas não vai fazer com que os problemas e as dificuldades desapareçam, vai sim dar-nos força para os viver.
Oxalá :)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sem titulo...

Coimbra 4 de Dezembro de 1980

"A história é uma paixão dos homens e uma ironia dos deuses. Sendo vivida por nós, parece feita por eles. Quanto mais nos obstinamos em torná-la o espelho dos nosso triunfos, mais não sei que ocultos desígnios capricham em reduzi-la a uma aventura absurda. Porque ao fim e aos cabo, sempre que nela floresce a esperança, frutifica a desilusão. Arena inglória, onde a vida e a morte, se confrontam a toda a hora, o sangue que a mancha nem sequer tem sentido. Inocente ou culpado, mitiga apenas a sede insaciável e vã da fatalidade."

In Diário de Miguel Torga

Expiação

Nunca me respondeste quando te chamei,
E só Deus sabe como era urgente e aflita
A minha voz!
Mas, desgraçadamente sós,
Morrem os que se afogam
No mar da sua própria condição.
O meu, sem margens, é um descampado
desabrigado.
Vagas e vagas de solidão,
E a tua imagem, litoral sonhado,
sempre evocada em vão.

Miguel Torga

Armadilha

Vivo preso nas malhas dos meus sonhos
Desfeitos,
A lembrá-los
E, quanto mais esbraçejo
Mais me enredo na trança
Da ratoeira
É que todos eram a maneira
Airosa
De me salvar.
E nenhum consegui realizar,
Nem consigo esquecer.
Virados do avesso, são agora
Uma negra masmorra
De condenado
Até onde não pude!
Até onde não sou!
A que alturas celestes quis subir!
E não subi, nem fui, nem certamente vou.

Miguel Torga

Catequese...

Reza comigo se te queres salvar
Deus é pura poesia
E o poema uma humilde petição
No tempo sacrossanto da eternidade
Reza comigo a ler-me e a memorar
Os versos que mais possam alargar
O teu entendimento
De ti, do mundo e do negro inferno
De cada hora.
Purificada neles, terás então
No coração
A paz aliviada que te falta agora.

Miguel Torga, Coimbra, 12/04/92

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A minha primeira história de amor...

...que como todas as outras não teve um final muito feliz, mas que como a maioria, é recordada com muito carinho e saudade e como uma aprendizagem, nas aventuras em torno desse sentimento tão especial e bonito.
A primiera coisa que me seduziu em ti foi o teu ar calo e tranquilo, mal te ouvi uma palavra a sair da boca e vi-te como um sonho distante, que nunca iria estar ao meu alcance.
Passou esse dia, esse casamento onde mal nos conhecemos e não eras mais do que uma bela miragem, até ao dia em que surgiu a possibilidade de passarmos mais tempo juntos, de nos conhecermos melhor... nem queria acreditar, foram 6 meses a sonhar, a fazer a contagem decrescente para aquela viagem e sempre a tentar convercer-me de que era apenas um sonho! Os poucos momentos em que iamos estando juntos, sempre com muita vergonha da minha parte, ficava bloqueada, ainda falava menos que o habitual, deram para te ir conhecendo e cada vez gostar mais do que descobria.
Chegou a tão desejada viagem, o primeiro dia foi muito constrangedor, a primeira noite na tenda também, fizeram questão de nos dar 30m, que parceram uma eternidade: após a boa noite, n conseguia adormecer de modo algum, acho que fingi mesmo que estava a dormir, para adormecer.
A partir daí fomos ficando à vontade, andavamos sempre juntos, partilhavamos imensas coisas, eu ficava contente qd fazias questão de estar mesmo junto a mim, chegamos a andar de mãos dadas, mas um dos momentos que está gravado (estão quase todos, foi um sonho tudo aquilo), foi de noite no autocarro, iluminado pela luz da lua e nós a dormirmos bem escostados um no outro.
O sonho ia crescendo, não havia contacto físico, mas o facto que quereres a minha presença, estares junto a mim, os carinhos e festinhas no cabelo, adormecermos todas as noites lado a lado a conversar, era para mim suficiente.
Todos pensavamos que eramos namorados, houve mesmo uma rapariga qu um dia disse-me qquer coisa: "..há o teu namorado" e eu disse que n tinha namorado, ela devia estar a confundir-me, ela n se acreditou.
Foi uma vivência bonita, nunca soube o que realmente sentiste, até desconfio No dia em que te ouvi dizer que tinhas namorada e mostraste a foto dela, senti o meu peito a rasgar e um enorme buraco a abrir. Na paragem seguinte, enfiei-me na casa de banho e deixei lá as lágrimas que estavam a rebentar dos meus olhos, senti-me completamente desorientada e triste...foi a primeira vez que chorei por amor...
Tentei afastar-me um pouco depois, mas tu continuaste igual, a fazer-me festas no cabelo, a pedir-me para eu ir a Lisboa pois n querias deixar de me ver, a querer estar 30m so comigo antes de a tua prima vir também para a tenda e eu nunca tive coragem para te dizer nada, para te perguntar nada, perguntava aos outros, outros amigos que conheci lá a opinião deles e eles achavam o que eu achei também: que sentiste algo de especial (desde cedo que tenho tendência para estas amizades estranhas), mas estavas apaixonado por outra pessoa e foste-lhe sempre fiel. Gostei de te ver abraçá-la quando chegamos, preferia ser eu a receber esse abraço, mas quando se gosta, quer-se que essa pessoa seja feliz, mesmo que essa felicidade não passe por nós.
Já na altura pensava assim e continuo, isto é mto facil de escrever e dizer e muito difícil de viver, mas quando se gosta muito, mais do que a nossa felicidade, queremos a do outro e podemos sempre continuar a fazê-lo feliz, com uma amizade sincera.
Foram 15 dias mágicos, terminaram com alguma tristeza, mas a vida seguiu. Seguiu e deu voltas curiosas, passados 2 anos somos vizinhos em Lisboa, um desejo que veio com 2 anos de atraso e fora de horas, mas foi giro encontrar-te, por vezes, na fila do bus, que era sp enorme e um dia chamaste-me para junto de ti, para ficar mais à frente e brincaste com o meu saco das compras cheio de alhos franceses; também nos encontramos algumas vezes no ginásio e eu apesar de já ter passado tudo e de o meu coração estar enanado na altura com outro, ficava sempre envergonhada, sentia-me roburizar...uma cidade tão grande e eu tinha de ir morar para junto de ti e frequentar o mesmo ginásio... a tua mãe também a via mtas vezes a passear as cadelas e mandava-te cumprimentos por ela.
Foi a primeira vez que experimentei quase tudo: a alegria qd o sonho começa a parecer tornar-se real, a tristeza e a desilusão qd passa a ser novamente um sonho, apenas não senti a alegria contagiante qd se torna real e n há dor nenhuma no mundo que recusar um bom momento com medo da perda, com medo que acabe mal.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Tudo o que temos cá dentro...

É o nome do livro que ando a reler, escrito por Daniel Sampaio.
Sabe sempre bem reler os livros uns bons anos depois a interpretação e as perpectivas são sempre diferentes.
Hà 9 anos, procurei neste livro solução e ajuda para um grande desafio que tinha na altura: lidar com as ameaças de suicídio de alguém de quem gostava muito e com a minha própria tentação. Nunca me suicidaria, se na altura achava que a vida não tinha sentido, que não ia saber o que fazer, como continuar, como preencher o vazio, como apagar o fogo... o que se passou na altura não foi nada, com o que já aconteceu desde ai. É certo que cheguei a encher a banheira de água e mergulhei nela, sem saber muito bem se ia ter coragem ou ser cobarde o suficiente para não vir à tona. Aguentei até não poder mais... e levantei-me de cabeça erguida, afinal não tinha escrito nenhuma carta de despedida!
Não é fácil estar num carro a caminho do Algarve e receber sms alusivos ao suicídio, ou às 3h da manhã, enfim n quero continuar a abrir essa gaveta da memória, se realmente tivesse acontecido, tinha ficado maluca, acho eu, ia-me sentir eternamente culpada, felizmente as ameaças eram apenas chamadas de atenção.
A história é triste, um rapaz de 18 anos fica a "bater mal" qd a rapariga com quem tinha curtido e feito amor, se suicida e deixa uma carta a dizer que foi por não conseguir viver sem ele. Não se sente culpado, pois foi sincero com ela, mas ignorou as "ameaças" dela e teve medo do amor que sentia e por isso não deu continuidade àquela noite, passada com ela, queria apenas curtir o momento e n se prender a ninguém. Agora que ela se foi, sente falta, n deixa de pensar nela, quer libertar-se e n consegue, dá um valor incalculável à noite que passaram juntos e teme que nunca mais se consiga envolver com ninguém. Anda nas consultas do Daniel Sampaio para tentar reencontrar o caminho...
Estou a gostar e curiosa para saber o fim (que n me lembro), mas este livro põe-me mais triste, e faz-me ver que na maioria das vezes n agimos com o coração, triste porque é mais uma história de amor que não tem um final feliz.
O passado é reconstrutor do futuro, diz o autor do livro, será?
Gosto mais de lembrar o sentido de tempo a correr, se pensassemos da seguinte forma, fariamos tanta coisa diferente:
"E um bruxo comentou: que a morte esteja sempre sentada ao teu lado. Assim, qd precisar de fazer coisas importantes ela dar-lhe-á a força e a coragem necessárias"

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O dia já chegou ao fim...

"O dia já chegou ao fim
A luz da lua brilha sobre mim
Venho lembar-te nesta hora
Ó Senhor eu quero agora
Estar mais perto de Ti"

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

All the good things come to an end?

Quero acreditar que não, mas cada vez se torna mais difícil...
Pequenas coisas que nos deitam lá para baixo, num abrir e fechar de olhos e também pequenas coisas e, por vezes, insignificantes que nos fazem tão felizes.
Medo de perder, ésempre tudo a perder, "uma vez mais ele se desfalece", sinto a ameaça do fracasso, o receio de não conseguir, o desespero de perder um emprego do qual estou a gostar bastante.
Devi ir dormir, é tarde, estive muitas horas a trabalhar, já lá vão muitos dias seguidos, o cansaço já acumula, daqui a 6h tenho de la estar, fresquinha, pronta para tudo outravês, pronta para o grande dia, que se terminar mal, me vai deixar arrasada e muito desanimada.
Pensamento positivo!
Era fácil se tudo o resto corresse bem, mas tem que se erguer a cabeça na mesma...mesmo sem abraços, sem palavras de conforto...
Acreditar e ter esperança e não me deixar vencer por tudo o resto.
Espero conseguir, estou mesmo a precisar...
...agora...tenatr dormir e descansar um pouco!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Chegou o Outono...

Chegou de mansinho e sem avisar...
Ainda não abri a janela para ver como se parece!
O calor abrasador do verão queria fazer-me acreditar que o outono não ia chegar, apesar de lá no fundo, saber que esse dia já estava marcado no calendário.
O sol quentinho sempre a brilhar para mim, a mandar o calor que aquecia as noites de verão, fez-me sempre sonhar que o verão era para ficar.
Muitas vezes sabemos que o sol está frágil e deixa-se tapar pelas nuvens, sem muito lutar contra isso... mas, quando nos toca, os raios são tão fortes, que se esquecem as nuvens que andam sempre a rondar e a prometer que um dia o vão tapar de vez... mas só para mim, porque ele vai continuar a brilhar para outro lado do planeta, para quem está agora a receber o verão.
Hoje é oficial: chega o Outono, mas o verão para mim já hà muitos dias que tinha terminado. Uma nuvem negra e grande apareceu e tapou-me de vez o sol, ainda tentei resgatar algum brilho dos seus raios, por entre os fumos brancos e cinzas, mas quase sempre sem sucesso...
...brilha um pouquinho...muito de vez em quando!
Além da nuvem cinzenta e densa do outono, veio também o nevoeiro do passado. Porquê agora? Estes ciclos da natureza dão cada volta!!!!
Porquê? Porque é que ao fim destes anos todos volto a sentir-me tentada, porque é que o telefone tocou exactamente agora que estou mais frágil com a chegada do outono. Bastou uma expressão, poucas palavras e descobres tudo o que se passa e conheces-me tão bem... ainda....desarmas-me por completo, vejo a asneira cada vez mais perto.... quero fugir dela, mas esta nuvem cinzenta que me manda lá bem para baixo, faz-me querer fugir também do presente. A necessidade de um abraço forte, que "me aperte sem apertar" e me faça sentir protegida e segura, amada, faz-me querer abraçar essa asneira. É como a maçã da Branca de Neve, ela não sabia, mas eu sei que tem veneno, que me vai adormecer ainda mais e ficar eternamente a sonhar com o princípe que nunca vai aparecer... mas ...
...está tudo tão escuro agora, sinto-me tão desorientada, pensava que ia ser forte e o outono era fácil de atravessar, mas desta vez tudo é pior, a cabeça não pára, as máscaras não funcionam, não me consigo concentrar, reflecte-se no mau desempenho, na apatia do dia-a-dia...
...tudo isto me faz querer fugir, refugiar-me num abraço venenoso, que me permita escapar do outono por umas horas, por uma noite e voltar a sentir o verão!
Sei que devia evoluir, e o outono faz parte da evolução, mas não estou a conseguir, regredir apresenta-se, por vezes mais fácil e tentador!
É apenas o outono....não quero imaginar quando chegar o inverno!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Noite...

Já não são iguais...
Mais longas, mais curtas, menos tranquilas, mais agitadas
Esta é especial
Um bom momento, que trouxe boas recordações
Duas cidades únicas que recontemplei com satisfação
Mataram-se saudades...
Mas uma teima em não querer adormecer
E espreita todas as noites
E levanta-se comigo na alvorada....

Um olhar perdido que n volta...

Um dia esse olhar passou por mim e sorriu!
Deu a volta, envolveu-me e conquistou-me..
Impossível não me deixar seduzir, não sorrir, não abraçar esse olhar,
Tão forte e poderoso, que me encheu a alma.
Mas assim como veio ... também foi!
Desapareceu na confusão do tempo;
Na agitação do dia-a-dia;
Na incompreensão do egoísmo, que nos cega nas nossas preocupações estúpidas;
Na tentativa desesperada de o reencontrar!
Vi-o passar de novo, poucas mas algumas vezes...
Nunca mais o consegui agarrar
Ainda estendi os braços, mas não usei a força e a coragem suficientes...
...Não deu!
O seu poder hipnotizante é tão forte que a reacção mais fácil quando ele aparece é...fugir!
Aparece sempre sem avisar, não estou à espera, também é tão fogaz...
Dou por mim a pensar, a consciencializar-me que era ele, e já foi outravês!
Talvez um dia esse olhar perdido volte com a maré...
Alguma onda perdida o traga de novo até à praia onde o possa contemplar e abraçar
Por agora resta apenas o silêncio triste da sua ausência...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

No mundo das mulheres....

Ouve-se constantemente dizer que as mulheres são muito complicadas! Será verdade? Mentira?
Penso que não se pode generalizar, até porque o mundo dos homens não o conheço tão bem, n posso tirar conclusões.
Ao lidar diariamente com muitas mulheres, nos últimos meses, assuto-me com a quantidade de depressões, com os olhares tristes e saturados, vou ouvindo uma história daqui e dali... com abecessidade de um ouvido amigo, com a solidão escondida e só penso "Oh meu Deus"!
Apercebo-me de que todos nós usamos máscaras para esconder ou disfarçar tudo o que temos cá dentro, por vezes rompe sempre qualquer coisa.
Hoje em dia, nem no passado, nem provavelmente no futuro será fácil ser mulher. Por muito que já hajam muitas excepções e muitos homens maravilhosos que ajudam no que, antigamente, era tarefa só da mulher, muitas estão sobrecarregadas, têm casamentos onde não são felizes, mas talvez prefiram manter tudo, porque é mais fácil e a solidão é assutadora. Até os filhos são, muitas das vezes, mais uma dor de cabeça do que uma alegria.
Medo, medo... muito medo de continuar a crescer e a avançar no tempo. Hoje já tenho tanta coisa para me fazer infeliz e não casei, nem tive filhos....
O dinheiro muitas vezes já é à conta, se tivesse filhos não chegava certamente, mais problemas económicos (muitas não assumem mas precebe-se que os têm, outras assumem e é muito triste partilhar uma realidade que não se pode melhorar).
As insatisfações já são tantas, o cansaço do trabalho, se tivesse que chegar a casa e ir cozinhar para uma família...nem para mim tenho paciência...admiro todas as que conseguem.
Enfim...poderia fazer aqui uma lista infinita de coisas, só para realçar o medo que já sinto pelas insatisfações e sonhos que não se realizam. A história que nos contam: vais para a faculdade, arranjas um emprego que te vai realizar profissinalmente, arranjas um namorado, depois casas, constrois uma familia e és feliz para sempre.... está muito mal contada. Realmente há alguns que conseguem, tenho um exemplo lá em casa, mas a história deles está longe de ter sido feliz para sempre, tiveram , têm e hão-de ter muita coisa que não estava prevista ou não foi planeada assim, mas eles estão lá, nessas alturas que tudo se torna mais forte, que o sentimento vence barreiras...na saúde e na doença, na tristeza e na alegria, na mágoa e no perdão...
Eu quero um amor assim, não um dos contos de fadas, mas um que se tem que trabalhar 365 dias para construir algo que nunca estará terminado, um em que se sabe que não vai ser fácil, mas que é desejado com vontade, vontade genuina de um e do outro, não do mundo que nos rodeia...
Por isso vou continuar a sonhar que o mundo das mulheres pode ser fantástico quando partilhado com um homem, que seja o perfeito para essa mulher, não um que se escolheu so porque chegou a idade e o mundo diz que está na altura de casar e ter filhos e se não o fizer torna-se diferente!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Alvorada

Chaves 13 de setembro de 1978

"Amanhece
Pelas frestas da vida
A luz
Reluz.
Vai começar o dia dos sentidos,
Da razão
E do medo
Sensações.
Lucidez,
E uma pedra de angústia sobre o peito.

Mas é ressuscitar!
É renascer!
É levantar a tampa do caixão
E ser de novo Adão
Com a maçã ainda por comer."

In Diário de Miguel Torga

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Hoje...

20 de Maio de 1993

"Hoje e sempre estou muito contente! Fiz um teste de matemática, correu-me bem. A minha turma já não é a mais querida dos professores mas não é razão para desanimar!
Às vezes meto-me a pensar que tive uma infância muito alegre e bonita, estou a começar a ter também uma adolescência assim e, espero, para o resto da minha vida!
Não me apetecia ouvir música, vestir ou pentear bonecos, cantar nem tocar no orgão nem na viola...
Apetece-me escrever....
Há dias em que estou muito amorosa, só a pensar em coisas boas que possam vir a acontecer e coisas más que já aconteceram! Outros dias estou para cantar, quero ser cantora, estou quase sempre a cantar, mas há certas alturas em que não me apetece ou a voz não está muito boa.
Hoje estou virada para coisas realistas"

Gostava de poder sentir o mesmo hoje, pelo menos a vontade de escrever permanece, cantar também não estou para aí virada, e ao virar-me para a realidade cedo percebi que n podia ser cantora!!!
Hoje devia-me voltar também para a realidade, mas é mais fácil ignorá-la.
A adolescência não foi fácil, aqui os problemas ainda não tinham surgido, mas também dou graças por todos os que apareceram pois transformaram-me no que sou hoje e fizeram-me crescer.
Constato que a vida é como um escorrega e eu tenho um problema enorme de insatisfação e aborrecimento constante com tudo, tão depressa estou bem como mal, estou constantemente inconstante e torna-se aborrecido e bloqueia-me...
Cada vez mais me pergunto onde enterrei esta personagem que era sempre alegre e via felicidade em tudo, já tentei resgata-la tantas e tantas vezes!
Tento concentrar-me, mas o vazio despedaça-me, corroi-me e desorienta-me...entro numa tristeza profunda que n consigo apagar, apenas esconder.
Pode ser que um dia tudo sirva para crescer novamente...fica a esperança!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ausência...

Esta é uma das músicas mais bonitas que tocavamos na Tuna, das ínicas que ainda hoje sei tocar, porque foi tocada tantas vezes... e, porque sabe muito bem a conjugação dos sons que as cordas emanam com a sensação dos dedos ao puxá-las...
É com ausência que vem a saudade dos tempos em que aprendia esta melodia que é uma adaptação da música original da Cesária Évora que entra na banda sonora desse grande filme "Underground" de Emir Kustorica, da qual os Ala dos Namorados também fizeram uma versão no seu último album "Mala de cartão" (foi uma surpresa muito gira no concerto de apresentação deste album)! Mas a versão da Magna tuna era mais gira.... :)

Ausência...

Se asas eu tivesse, para voar deste sonho
Não há nada tão longo como as noites de Outono
Queria ir ter contigo, para fugir daqui
E não ter mais ausência de pensar em ti...

Mas só no pensamento, eu tenho a liberdade
De te sentir comigo, ter-te à minha vontade
mas mesmo quando sonho, eu me sinto sozinho
Não tenho a protecção do teu carinho!

Ai solidão tem que ir embora o sol nasceu
Sol está brilhando, está chegando esse clarão
Sem saber para onde e como alumiar
Ai solidão é o sim e o não!

domingo, 29 de agosto de 2010

a coragem

muitas vezes falta-me a coragem....
para avançar, para retroceder, para parar, para continuar, para falar, para agir, para reconhecer, para ver, para partir ou para chegar, mas essencialmente para fazer ou dizer o que penso, da forma menos confortável!
uma timidez terrível que me persegue, desde muito nova quando na escola não respondia as perguntas dos professores, apesar de saber a resposta e ter, na maioria das vezes, a certeza que estava certa, por medo, medo não sei do quê, de olharem p mim talvez... e debatia-me muitas vezes com a vontade de falar que era aniquilada por outras forças que ainda hoje me bloqueiam e apesar dos anos não as consigo combater!
Nem o facto de pensarmos no tempo que corre sem parar, me faz ganhar coragem, sempre foi assim por mais que tente não consigo lutar contra isto, ainda por cima hoje já não tenho a certeza que as "respostas" sejam as correctas ou as mais adequadas, o que faz com que tudo fique fechado cá dentro e as ondas não rebentem!
Pela escrita tudo é mais fácil, o receptor não está directamente à nossa frente, poderá até nem ler a mensagem...
"Perante a incapacidade de marcar uns números, optei por juntar algumas palavras", usei esta frase para justificar a falta de coragem, que em tempos tive, para ligar a uma pessoa, apesar de querer muito fazê-lo na altura.
Era suposto ter crescido um bocadinho, mas continua tudo tão igual ou pior!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

a tristeza de um desencontro...

Só mesmo o som do piano para me acalmar hoje...Debussy...
As divergências de opinião levam por vezes a discussões desagradáveis, que poderiam ser desnecessárias, rebenta tudo por dentro e perdemos o controle...
Detesto que isto me aconteça, não me sinto bem, a cabeça dá voltas sem parar e o joão pestana que hoje era tão bem vindo teima em não querer nada comigo :(
Um abraço agora tb sabia muito bem, nestes momentos em que só apatece chorar, uma tristeza enorme nos invade, o ambiente fica pesado, detesto, fui feita para andar sempre a rir, antigamente até me diziam para parar de sorrir, o "maninho"chamava-me sorriso de orelha a orelha... já há muito tempo que não me dizem para parar de sorrir!?(uma chefe há uns anos costumava dizer "esta miúda está-se sempre a rir!")
Será que aparento um ar mais triste? Fui-me deixando vencer pelas coisas menos boas e perdendo o sorriso?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ausência...

"O som do seu nome soltou tudo aquilo que destroçava o meu interior, uma dor que me deixava sem fôlego e cuja violência me surpreendia.(...)um profundo sofrimento dilacerou-me perante a recordação do seu rosto.
Senti o soalho liso debaixo dos joelhos; depois sob as palmas das mãos; e, por fim, senti-o encostado à pele do rosto. Esperava desmaiar, mas, para minha desilusão, não perdi os sentidos. As ondas de dor que, anteriormente, me tinham apenas tocado ao de leve elevavam-se agora bem alto, precipitando-se sobre a minha cabeça e empurrando-me para o fundo. Não voltei à tona.(...)
O tempo passa. Mesmo quando tal parece impossível. Mesmo quando cada tiquetaque do ponteiro dos segundos dói como o palpitar do sangue sob a ferida. Passa de forma irregular, com estranhos avanços e pausas que se arrastam. Mas lá passar, passa. Até para mim.(...)
Os últimos sete meses nada significavam. E as suas palavras na floresta nada significavam. E não importava que ele não me quisesse. Jamais desejaria outro que não ele, por mais tempo que vivesse(...)
Nos seus braços era fácil fantasiar que ele me desejava, não queria pensar nas motivações, sentia-me muito mais feliz a fingir.
Era como se nunca tivesse existido um buraco no meu peito. Sentia-me óptima, não curada, mas como se nunca tivesse existido qualquer ferida...
Parecia extremamente satisfeito por me ter nos braços, com os dedos a percorrerem-me o rosto, vezes sem conta. Eu também tocava no seu. Não conseguia evitá-lo, embora receasse que isso viesse, depois, a fazer-me sofrer, mal ficasse novamente sozinha. Continuou a beijar-me no cabelo, na testa, nos pulsos... mas nunca nos lábios... e era melhor assim. Afinal de quantas maneiras pode um coração ser mutilado e esperar-se que continue a bater?
Sentia o fantasma do buraco, esperando que se abrisse mal ele fosse embora. Não sabia como iria sobreviver desta vez(...)
Depois a sua boca uniu-se à minha e não consegui resitir-lhe. Não por ser milhares de vezes mais forte, mas porque a minha força se desfez em pó assim que os nossos lábios se tocaram. Este beijo não foi tão cauteloso, tornando-se maravilhoso. Já que em causaria sofrimento, mais valia obter o máximo em troca...
Correspondi ao beijo, com o coração a bater ruidosamente, a um ritmo irregular e desconexo, enquanto a minha respiração se tornava ofegante e os meus dedos se precipitaram avidamente para o seu rosto. Sentia o seu corpo em contacto com cada contorno do meu, satisfeita por não ter dado ouvidos a mim mesma. Não havia qualquer dor no mundo que justificasse perder aquilo..."

in Lua Nova de Stephanie Meyer

O sentimento...

"Não posso continuar a ouvir em silêncio. Tenho de falar consigo pelos meios que estão ao meu alcance. Trespassa-me a alma. Metade de mim é angústia, outra metade é esperança. Não me diga que é demasiado tarde, que sentimentos tão preciosos morreram para sempre. Ofereço-me de novo a si com um coração que ainda é mais seu do que antes, quando quase o despedaçou há oito anos e meio. Não ouse dizer que o homem esquece mais depressa, que o amor dele morre mais cedo. Eu não amei mais ninguém além de si. Posso ter sido injusto, fui fraco e despeitado, mas inconstante, nunca. Só por si penso e planeio. Não viu isso? É possível que não tenha compreendido os meus desejos? Eu não teria esperado nem mesmo estes dez dias se pudesse ter lido os seus sentimentos, como penso que deve ter lido os meus. Mal consigo escrever. Ouço a cada instante qualquer coisa que me subjuga. Você baixa a voz, mas eu consigo ouvir os seus tons(...)Oh, criatura demasiado boa, demasiado excelente! Faz-nos realmente justiça. Acredita que existe verdadeiro afecto e constância entre os homens. Acredite que eles são o mais fervorosos e firmes que é possível no F. W.
Tenho de ir, incerto quanto ao meu destino. Uma palavra, um olhar, bastará para decidir se entro esta noite em casa de seu pai, ou nunca."

in Persuasão de Jane Austen

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

o sucesso e a falta dele...

Desde pequenina me habituei ao sucesso escolar, era a melhor da turma, tinha quase sempre as melhores notas, era um dado adquirido.
Também me senti enganada pois foram muitos anos a lutar por manter notas bem altas, sempre a sonhar com a entrada na faculdade e com o sucesso profissional futuro, para o qual as notas n servem rigorosamente para nada!
Entrar na faculdade deu geito, mas n eram precisas notas tão altas. Contudo não deixei de viver a vida para estudar, creio que era mesmo inteligente, pois o esforço não era nada de extraordinário para chegar ao sucesso.
Era boa a sensação de ser a melhor da turma, das respostas dos meus testes serem sempre lidas as correcções... em praticamente todas as disciplinas, mas sem darmos conta habituamo-nos a este sucesso que só nos cria ego e faz com que seja mais difícil no futuro enfrentar a falta de sucesso profissional na vida adulta.
O pouco stress antes da entrega das notas nada se compara quando as coisas não correm bem, agora o stress é bem maior tem outras implicações...
A obrigação de ser cada vez melhor faz parte, é a evolução natural que é comum a todos os empregos, mas quando não consigo evoluir e estou longe de entrar no ranking dos normais muito menos dos melhores, deixo-me tomar pelo desespero e desespero mesmo e tudo à minha volta, nas outras áreas desespera também....
Depois com alguma ajuda interna e externa lá vou conseguindo recuperar e encarar a falta de sucesso como processo normal na aprendizagem, é mesmo falta de hábito e de, por vezes, esquecer-me que já não estou na escola, ser a melhor já não é um dado adquirido, nem se consegue sem trabalho, nem treino.
Hoje tomei essa consciência, de forma mais séria, e começou tudo a correr melhor...

sábado, 14 de agosto de 2010

Uma criança...

Desde pequeninos que somos incentivados a sonhar, a ganhar esperança e o mundo é-nos pintado cor-de -rosa. Quando começamos a descobrir que não é bem assim, ok, não tem mal já alguém nos tinha prevenido que nem sempre tudo corre bem, vamos procurar as nossas forças escondidas e conseguimos ser os grandes heróis das histórias que ouviamos quando eramos mais pequeninos...
Umas vezes mais facilmente que outras, outras mais demoradas mas lá conseguimos avançar e continuar novamente a sonhar...
Mas as fadas boas nem sempre são suficientes para vencer as poderosas fadas malvadas que nos roubam os sonhos, escondem a esperança e lançam feitiços maléficos para nos levarem os sorrisos.
Hoje pintei o mundo cor-de-rosa a uma criança, é impossível não o fazer, quando elas se riem para nós, queremos fazê-las acreditar que este mundo é fantástico, há muitas coisas boas à nossa espera, que o amor e a amizade que criamos ajuda-nos a sermos grandes heróis quando é preciso e a partilhar tudo o que é bom ainda com mais alegria...
Mas essa criança também pinta o meu mundo cor-de-rosa, resgata-me o sorriso quando está escondido, faz-me descobrir a energia que pensava não ter por estar muito cansada, a simplicidade, genuidade com que me chama, dá um abraço ou até mesmo um "five" fazem renascer em mim uma energia positiva muito saudável...
...Ou não nascessem as fadas do sorriso de uma criança!...

domingo, 1 de agosto de 2010

Fugir...

Fugir do vazio, do medo, da dor, do desconhecido, da incerteza, queria tanto começar a correr e nunca mais parar, fugir para bem longe, sentir a liberdade do vento nos cabelos agora bem mais curtinhos, a respiração mais intensa e no fim a sensação de ter conseguido escapar!
Mas nunca gostei de correr, no meio de tanto desporto que gosto de fazer, correr nunca foi o meu forte, pelo que fugir torna-se muito difícil.
Às vezes ainda se conseguem fugas temporárias, mas mais cedo ou mais tarde tudo tem que ser enfrentado e encarado como realidade.
Fugir é complicado...

Cosmic love

A falling star fell from your heart and landed in my eyes
I sreamed aloud, as it tore through them, and now it´s left me blind

The stars, the moon, they have all been blown out
You left me in the dark, no down, no day, i m always in this twilight
In the dhadow of your heart

And in the dark, i can hear your heartbeat
I tried to find the sound
But then it stopped, and i was in the darkness
so darkness i became

I took the stars from our eyes, and then i made a map
And knew that somehow i could find my way back
than i heard your haert beating, you were in the darkness too
So i stayed in the darkness with you

The stars, the moon, they have all been blown out
You left me in the dark, no down, no day, i m always in this twilight
In the dhadow of your heart

sábado, 31 de julho de 2010

Poder da música....

Desperta sentimentos, faz-me sentir...viva!
Não imagino a vida sem música, há músicas que nos deixam mais em baixo, mas essas evitam-se ouvir, há músicas de que não gosto, há outras que consigo ouvir vezes seguidas sem conta e às vezes pensamos: "esta letra encaixa mesmo em mim" e quando além do bom poema e da mensagem da letra se junta a parte instrumental, a música em si, tudo se completa e o resultado é algo de fantástico.
A conjugação dos sons em si é linda, há músicas que adoro ouvir, há notas que adoro juntar na viola e dão uma pica tremenda tocar, apesar da minha pouca sabedoria em trabalhar as cordas!
Há ritmos que ao serem feitos nos fazem viajar, descontrair, descarregar energias negativas e receber outras positivas. Tocar viola é muitas vezes terapêutico, gostava muito de "arranhar" outros instrumentos como grandes músicos que conheço...
O piano também é de uma harmonia em que o sentimento que junta as notas flui pelos braços de uma forma muito pacífica...
A conjugação dos sons é poderosa, podiamos viver sem música? Eu não conseguia....
A minha mais recente preferência: Florence and the Machine...simplesmente lindo!!! Graças a uma amiga fui ao concerto da senhora, sem fazer a menor ideia quem era...sai de lá encantada, e um pouco mais surda, mas depois de ouvir as músicas e descobrir mais rendi-me completamente, adoro o som da harpa, as letras, o timbre da voz, a conjugação das notas, os arranjos musicais...tudo, tudo..tudo!
...ao ouvir estas músicas em especial adquiro paz, esperança, energia, compreensão, coragem, diversão, viajo para um imaginário bem longe... outras vezes simplesmente canto e danço espontaneamente para descontrair e por mais palavras que escrevesse nunca ia conseguir expressar bem o que me vai na alma quando a música entra em mim.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Há dias assim...

Começa-se o dia com uma preguiça tremenda e a cama chama muito por nós, apesar do calor, sabia muito bem continuar deitada!
O dia começa chato, trabalha-se sem grande vontade a abrir a boca mil vezes, o calor dá-nos uma moleza...só apetece pegar em nós e entrar em estado "dolce fare niente"!
Muitas pessoas queridas estão longe e eu também devia lá estar, as mensagens vão-me deixando animada, os vários bips do telemóvel fazem-me sorrir e apaziaguam a dor e a saudade de não poder lá estar...várias pessoas ainda se vão lembrando de mim no meio de tantas coisas lindas que têm para ver e fazer!
Estou em pulgas: primeiro dia da semana, a vontade de estar bem lá longe junto dos outros, faz-me ter pouca vontade de trabalhar, não consigo focar os meus pensamentos, e vou constantemente ao facebook ver se há novidades, fotos novas vindas de espanha, ou simplesmente ler comntários dos que se sentem como eu!
Começo finalmente a ganhar ritmo, depois de um belo café na hora de almoço e...levo com uma inspecção da Asae...era tudo o que apetecia...felizmente correu tudo bem!
Chega finalmente a hora de sair e fiz algo diferente: fui para a praia, que ainda estava cheia de gente e mesmo quase as 19h não foi fácil estacionar!
Banhos de sol e de mar até as 20h, a praia estava óptima, pena ter estado sozinha, mas deu para descansar um pouco os olhos...
...sai da praia e fui fazer uma aula de body balance, um momento relaxante, que fez com que o dia acabasse na perfeição e que o meu cérebro descansasse...
Todas estas palavras para dizer que há dias assim, começam chatos e acabam maravilhosamente bem...infelizmente também acontece o contrário!

domingo, 25 de julho de 2010

É como nadar num rio...

Nadar é uma das coisas que mais gosto de fazer. Gosto da piscina, é mais calma e transparente, mas o cloro intenso faz-me alergia que se prolonga nas horas seguintes; gosto do mar porque o sal ajuda-nos a flutuar melhor, mas as ondas por vezes atrapalham; gosto dos rios apesar da água ser turva e serem traiçoeiros!

Nado constantemente num rio, deixo-me levar ao sabor da corrente, sempre na esperança de que esse rio vai um dia chegar à imensidão do oceano. Os rápidos mais assustadores que encontro pelo caminho, que me fazem estremecer e ganhar medo, são talvez pistas que me indicam que devo voltar para trás... mas nadar contra a corrente é tão difícil!!

Há momentos em que me encho de coragem e lá vou eu a puxar com toda a minha força a água, a bater incessantemente as pernas, num esforço conjunto de todo o corpo em vencer a corrente. Quando dou por mim, ainda estou no mesmo sítio ou até avancei um pouco mais em vez de recuar! O cansaço foi em vão!
É muito difícil contrariar a corrente!

Vou-me deixando ir, porque não consigo nadar para trás, mas o medo de uma cascata enorme que pode surgir a qualquer momento está sempre comigo. Já passei por algumas e foi muito difícil sobreviver, as quedas são grandes!
Mas sem treino não se consegue nada... os pequenos rápidos vão-me preparando para a grande queda de água que este rio poderá ainda ter ou não!

Se algum dia chegarei ao oceano? Não sei responder, continuo a acreditar que sim, e é a fé nesse sonho que faz com que seja bom nadar no rio... as zonas mais calmas que vou encontrando pelo caminho fazem-me muito feliz.

sábado, 24 de julho de 2010

Quebrar das ondas

Às vezes dá vontade de desistir! É como se nos sentissemos enrolados pela força do mar, queremos vir à superfície, mas não é fácil e temos que lutar contra as forças da natureza. Outras vezes deixamo-nos levar pela força das ondas que nos empurram... e é uma sensação tão boa!
Mas as ondas nem sempre são à nossa medida, umas vezes quebram antes do tempo, outras rebemtam-nos mesmo em cima, outras ainda enganam: parecem pequenas e revelam-se muito grandes!
O segredo talvez esteja em apanhar a onda certa?! Por momentos vêm tantas seguidas e no mesmo instante não se passa nada. No meio de tantas ondas é difícil escolhermos uma, continuamos sempre à espera daquela onda especial que imaginamos.
Continuo um pouco baralhada no meio desta turbilhão do oceano!

É curioso como o que escrevo a seguir faz hoje muito mais sentido do que que fazia hà 12 anos quando foi escrito. Na altura as palavras foram aparecendo, a caneta juntou-as e ficaram gravadas no papel. Consigo interpretar hoje tudo o que me inspirou e é tudo hoje tão mais real do que na altura...

O Sol, O Mar a Terra...um sonho!
A Natureza, a vida...um sonho!
Que vai e volta com a espuma das ondas!

Enreda-se o inconsciente em gotas de esperança,
Uma vez mais, ele se desfalece com a espuma branca...
Lançam-se as redes...
Ensaia-se na profundidade do meu ser,
A sobreposição do sonho
A um mundo desconhecido!

Anseio por outras águas limpas e transparentes,
Por outros mares "nunca dantes navegados",
Por ondas cristalinas...
Que ao quebrarem me façam regressar
a um futuro onírico!

Só que a nau da fantasia naufraga!
O mar está poluído!
Tanta é a força do quebrar das ondas!!!
Oh...! De novo a areia me absorve o sonho
E com ele a espuma branca das ondas!

Sinto-me enrolada pela força do mar:
Ondas revoltadas quebram-se com violência!
Desisto! Mas, subitamente despertam-me fortes pombas,
Que me guiam à varanda do quarto!

Daqui avisto o mar:
As ondas que sucessivamente se magoam e choram lágrimas salgadas!