sábado, 24 de julho de 2010

Quebrar das ondas

Às vezes dá vontade de desistir! É como se nos sentissemos enrolados pela força do mar, queremos vir à superfície, mas não é fácil e temos que lutar contra as forças da natureza. Outras vezes deixamo-nos levar pela força das ondas que nos empurram... e é uma sensação tão boa!
Mas as ondas nem sempre são à nossa medida, umas vezes quebram antes do tempo, outras rebemtam-nos mesmo em cima, outras ainda enganam: parecem pequenas e revelam-se muito grandes!
O segredo talvez esteja em apanhar a onda certa?! Por momentos vêm tantas seguidas e no mesmo instante não se passa nada. No meio de tantas ondas é difícil escolhermos uma, continuamos sempre à espera daquela onda especial que imaginamos.
Continuo um pouco baralhada no meio desta turbilhão do oceano!

É curioso como o que escrevo a seguir faz hoje muito mais sentido do que que fazia hà 12 anos quando foi escrito. Na altura as palavras foram aparecendo, a caneta juntou-as e ficaram gravadas no papel. Consigo interpretar hoje tudo o que me inspirou e é tudo hoje tão mais real do que na altura...

O Sol, O Mar a Terra...um sonho!
A Natureza, a vida...um sonho!
Que vai e volta com a espuma das ondas!

Enreda-se o inconsciente em gotas de esperança,
Uma vez mais, ele se desfalece com a espuma branca...
Lançam-se as redes...
Ensaia-se na profundidade do meu ser,
A sobreposição do sonho
A um mundo desconhecido!

Anseio por outras águas limpas e transparentes,
Por outros mares "nunca dantes navegados",
Por ondas cristalinas...
Que ao quebrarem me façam regressar
a um futuro onírico!

Só que a nau da fantasia naufraga!
O mar está poluído!
Tanta é a força do quebrar das ondas!!!
Oh...! De novo a areia me absorve o sonho
E com ele a espuma branca das ondas!

Sinto-me enrolada pela força do mar:
Ondas revoltadas quebram-se com violência!
Desisto! Mas, subitamente despertam-me fortes pombas,
Que me guiam à varanda do quarto!

Daqui avisto o mar:
As ondas que sucessivamente se magoam e choram lágrimas salgadas!