domingo, 4 de dezembro de 2016

A familia e os amigos

A minha curta experiência de emigrante conduz-me a saborear sempre com mais vontade todos os momentos em família, é como se quisesse aproveitar ao máximo aquele singelo e simples sorriso abraço, palhaçada.~
Este ano não tenho de ir embora e sabe bem ficar, apesar das saudades muitas que sinto daquele outro mundo onde eu era feliz.
Ninguém gosta de nós como eles, por vezes discutimos, mas na certeza de que eles querem o melhor para mim e às vezes se eu desse ouvidos ou ouvisse o que não gosto de ouvir e seguisse os conselhos que não gosto de receber, evitava quem sabe algumas lágrimas... mas isso é passado.
Hoje estou feliz pela família que tenho, por estar perto.
Hoje estou feliz porque a tristeza e as quedas por um lado colocaram pelo menos 1 pessoa fantástica na minha vida, daquela que mesmo longe esforçam-se para que saia um sorriso, por outro aproximaram-me dos amigos, percebi que sozinha não ia a lado nenhum, precisei de ajuda e não é vergonha dizer, precisei de ombros para chorar e foi bom te-los e senti-los a chorar comigo; precisei de ouvidos para escutar e foi bom tê-los sem qualquer repreensão ou comentário, mas apenas com a função que um ouvido deve ter: escutar.
O tempo passa e as amizades parecem que ficam superficiais, mas não, está sempre tudo lá, basta a coragem de abrir uma porta, de chamar, de pedir, de falar.
E felizmente tive os amigos, para escutar, chorar, rir, partilhar o bom e e mau, para me ampararem nas quedas, apenas com comentários encorajadores, sem julgamentos.
E felizmente eu tive a coragem de ser e de me partilhar com eles, de não guardar tudo para mim, de partilhar também o mau e não apenas o bom, pois afinal na vida nem tudo é cor-de-rosa.
Tem sido um longo, mas feliz caminho, a caminho de uma melhor versão de mim. As quedas, as desilusões, as feridas, as frustrações, as dificuldades, os desafios, só nos podem tornar mais fortes e afinal têm frutos bons, trazem laços mais fortes com quem nos ama, e simplesmente é, sem máscaras, defeituosamente simples.
Hoje mais do que nunca sinto-me grata por isso e o meu maior desejo é ser, deixar marcas boas que fazem sorrir, amar os que me rodeiam com as minhas limitações e defeitos, amar os que não me rodeiam, porque sim.
E ao Deus que sempre me acompanha, apesar da minha fé pequenina eu peço a graça de um coração puro e simples, a graça de confiar sem medo, a graça de uma vida cheia de tudo o que é bom e faz sorrir.