quinta-feira, 4 de maio de 2017

As relações e as ralações

Dou comigo a pensar, penso demasiado, relembro demasiado, mas ainda não descobri a forma mágica de o evitar.
Ao ouvir uma música de que gosto muito, lembro-me de um momento específico, em que ela tocou no radio, mesmo depois de um grande passo dado em falso e do que desejei nesse momento, da esperança que senti, mesmo sem muito acreditar nela, que era possível que ele nunca me deixasse ir, que no fundo era o que eu mais desejava mesmo sem o admitir.
Memórias... que talvez gostasse de apagar, mas não consigo, espero que pelo menos elas me ajudem a não cometer os mesmos erros do passado, mas não sei...
De repente reparo que a data dessa memória é próxima: faço algumas contas com a ajuda dos dedos e meu Deus 5 anos!!!! De repente, com as restantes memórias que invadem a minha mente, olho para trás (mais uma vez) e reparo que só fiz asneiras, que fiz muitas asneiras, das quais pouco se aproveita, nem sequer aprendi com elas, continuei a ir para becos sem saída, a cometer os mesmos erros do passado, a acreditar no que não tem credibilidade, a sonhar no vazio.
Destes 5 anos salvo apenas aqueles 3 meses em que um jovem homem me trouxe de volta à vida, mesmo sem o amar, e sem ele me amar a mim, não me lembro de ter sido tão feliz, e acabou bem,mesmo com algumas turbulências, afinal acabar nunca é fácil, mas acabou bem e consigo olhar para ele e sentir um carinho enorme e dá-me alegria vê-lo feliz com uma mulher que ama ao lado.
Às vezes precisamos de alguém assim só um bocadinho para nos fazer renascer, o problema é que há sempre o risco de alguém sair magoado.
Às vezes estamos tão em baixo que acabamos por só fazer asneira, a carência leva-nos por caminhos cheios de barreiras.
Quase sempre precisamos de amor e o amor é bom deverá correr tudo bem, mesmo quando corre mal.
Quase sempre precisamos de amor próprio antes de amar os outros. Por muito que seja uma sonhadora, que queira teimosamente acreditar na força do amor, quem ama por vezes também magoa, mesmo sem querer.
Em tempos, já muito distantes, escrevi uma carta a mim própria, para o meu futuro, para me lembrar da dor que sentia no momento em que a escrevia, sabendo que as probabilidades de o meu coração não querer ir por mais nenhum caminho eram fortes, de nada serviu, a carta continua lá, dobrada e marcada, de nada serviu eu fui pelo mesmo caminho, mais do que uma vez, ate´não dar mais. Como se não bastasse um fiz a mesma asneira com outra pessoa e vivi e sofri enrolada nas teias do passado.
Hoje escrevo para não me esquecer:
1 - Quem te enganou, mentiu, não foi autêntico, etc uma vez facilmente fará a segunda;
2 - As relações que acabam e terminam vezes sem conta, acabam sempre por terminar, apenas adiam o inevitável (claro há exceções, mas só conheço uma);
Já gostava de me voltar a apaixonar, mas ao mesmo tempo tenho um medo enorme, prefiro ficar bem sozinha, do que sofrer ou ser enganada. Talvez uma noite de loucura também não me fizesse mal, apesar de não ser o que quero, mas ate´disso tenho medo, tinha de ser alguém que eu nunca mais pusesse a vista em cima (risos).
Que eu nunca esqueça as ralações das relações ou lá o que eu tive no passado que ainda me atormenta o presente.
Amor próprio, amor próprio :)