domingo, 29 de maio de 2011

Olhares do caminho...

Hoje era a última viagem... tinha um gosto especial, estava intrigada com o facto de não reconhecer a igreja onde tinha estado em 92! Não deixei Padron, sem antes ir ao atrio do Convento do carmo dar um último olhar sobre aquela vila fantástica.
Cheguei a Iria Flavia e mais uma vez não era a igreja da minha memória, ou talvez fosse, a minha imagem destorcida... fiquei na dúvida! Aproveitei para parar um pouco.. o pé não estava a 100%.
Fui andando pelas aldeias (muito gira essa parte do caminho), até chegar à Senhora da Escravitude, essa sim era a Igreja onde estive em 92, quis tirar uma foto igual, mas sozinha foi difícil, optei por ser a minha mochila o modelo e não eu!
Hoje andavam os tropas a fazer o caminho! Fui sempre sozinha, na esperança de encontrar alguém (partiu quase tudo antes de mim), mas não encontrei!
Parei num ribeiro quando faltavam só 10Km para Santiago e foi desta: não resisti molhar os pés, na água tão gelada que quase queimava. Soube muito bem, parei mais tempo do que o necessário, depois é que foi pior... custou muito recomeçar a andar, as dores no pé começam a crescer! Os primeiros 5Km ainda se aguentaram, nos últimos 5Km já não podia mais com dores! Já a avistar as torres da Catedral parei para almoçar e descansar e acabei por chegar a Santiago bem mais tarde do que queria e sozinha. Perdi-me na cidade, para variar...
No momento em que cheguei à Catedral lembrei-me das palavras de um amigo: "a primeira coisa que fiz quando cheguei foi dormir".
Fui sentar-me na sombra e tirar fotos e gozar do momento, só depois fui descobrir onde encontrava a tão desejada Compostela, que ficou com o meu nome em latim... ehehehe!
Sentia-me estafada e triste, por não encontrar ninguém, desejosa de um banho e lá descobri um hostel, do qual tinha recebido um folheto, bem localizado e com uma vista para a Catedral linda.
Conheci a Beatriz, norueguesa, que fez o caminho francês sozinha também e foi uma surpresa bastante agradável!
Mais tarde, na Catedral, encontrei os italianos e o alemão... o Joaquim , nunca mais o vi!
Agora a Missa do Peregrino vai ser a cereja em cima do bolo, vou partir em Paz e vou dar destino à minha pedra.