terça-feira, 28 de junho de 2011

1 dia de caminho....

A viagem começa na estação de comboio, onde encontro uma "afilhada" de faculdade e conseguimos pôr alguma conversa em dia... uma feliz coincidência!
No caminho lembrei-me que dia era... e teve de seguir o sms.
Não gosto dos intercidades devido aos lugares marcados, o meu está sempre ocupado ou calham-me companhias estranhas, não me ralei e sentei-me noutro, mas fui a viagem toda sempre à espera que me pedissem para sair e com aquela mochila n dava mto geito, felizmente não foi necessário.
Não dormi quase nada, entusdiasmada e com medo confesso do desconhecido, ainda a duvidar de mim própria de estar a fazer aquilo, só pensava... "agora já estou no comboio e a volta é só no dia 27, não há volta a dar, nada de desistir"!
Cheguei ao Porto, parti à procura de uma cidade desconhecida, se Lisboa foi fácil, Porto tb há-de ser... fui dar uma volta a pé desnecessária para chegar à Sé e tinha mapa e sou escuteira, que tótó pensei, eram os treinos... Comecei logo a fazer o caminho ao contrário, sem dar conta, antes de começar. Na minha busca pela Sé, onde queria começar, descobri as primeiras setas amarelas, por acaso, e que estava a ir na direcção errada, pensei em inverter o sentido, mas queria ir mesmo à Sé receber o primeiro carimbo na minha credencial de peregrina.
Estava fechada e fui almoçar a um café para fazer tempo e ganhar um pouco mais de coragem para a minha aventura... estava difícil começar, havia qualquer coisa mística no ar que me fazia ter medo, penso que é mesmo o receio do desconhecido e de ir sozinha e o facto de não fazer a menor ideia onde ia dormir dava-me alguma insegurança.
"Vamos lá tentar conseguir o primeiro carimbo"... enquanto esperava fui abordada por um estranho, perguntou-me se ia para Santiago, achei melhor dizer que não... fiz tempo na Sé para ele partir antes de mim (o meu "demónio")
Foi fácil seguir as setas, parecia um verdadeiro jogo de pista e ao fim de muitas já sentia mais dores nas pernas do que esperava para o primeiro dia.
Lanchei no adro da igreja de Araújo, apitei no P.Doce de Moreira da Maia, estava a ver que tinha de me despir para poder entrar, o segurança mandava-me tirar qquer coisa e apitava sempre, até que ele desistiu e deixou-me entrar... na pousada descobri que era o alarme das calças que eram novas!!
Gostei bastante do Porto, amor à 2 vista... já a zona industrial da Maia foi mais secante, mas o entusiasmo do princípio atenua esse tedio.
Por volta das 19h chegeui a Vilar Pinheiro e vi indicação de quartos, fiquei mesmo por ali, um pequeno luxo na primeira noite, merecido apesar de ser a etapa mais curtinha.
E senti-me mesmo muito, muito bem no caminho... que saudades agora que me lembro, daquele crepusculo tão acalmante.
Na pousada havia mais peregrinos, segundo informação da recepcionista, mas n vi nehum só os ouvi, eram ingleses, talvez uns que encontrei em Barcelos e os que tinha visto de tarde no Porto; pelo caminho, nesse primeiro dia, não vi nehum, o que só aumentava a minha insegurança "será que não há ninguém a fazer o caminho?" pensava eu...